A lingua Piranha
A boca fala o que não sente
E cala derepente
E fala quase debochado
O que se sabe esporadicamente
A lingua por falar tudo
E raramente verdade
A cada um sua cota
A cada um sua vaidade
Um milhões de palavras
Não vale uma ação
E os mais belos discursos
Não são mais que conversação
A lingua que fala e que cala
A lingua que ataca
A lingua que mente
A lingua que mata
Tu pensa tu fala
Tu sente e cala
Fala de amor
Tu faz poesia
Tu é sonhador
Que com maestria
Grita calado
Chora sorrindo
Pinta o diabo
Que pinta a cara
Silenciosamente
sem uma palavra