ADEUS, VELHO MUNDO!
Gritei ao Sol
que não queria mais
uma terra de pavor;
dado à flor dos tempos,
gritei, sem medo que, não,
ao velho mundo.
E contemplando ainda de longe
o doce laranja do crepúsculo
ouvi, como criança de outrora,
a lírica voz da luz de uma estrela:
- Acorde, átomo!
Levante os irmãos:
milhões, bilhões;
que seja! Duas almas
já são suficientes mãos
para erguer a eternidade...
Me dizia o Sol
(em apelo singelo)
assim que a noite acordava,
quando teimava inda Morfeu
em adormecer a humanidade.
Adeus, velho mundo!
E não gritei mais.
Meu pequeno grão de azul
tinha os olhos mais lindos
que os titãs já viram.