MAIO DIFERENTE

Como sentir o aroma da flor de maio

Debaixo de nossas máscaras de medo?

Respirar nesses tempos de incertezas...

Ainda assim há o gosto de um café

A amenizar a solidão e o desespero

Há o feijão que não nasceu dentro do saco

Há compromissos que não são adiados

Colheitas que não esperam

Mãos que não podem parar o trabalho

Vidas que precisam romper fronteiras

Em meio a tanta morte e terror

Gente que nem conhecemos

Mas que não são imunes

Que também podem virar estatística

O braço que acode, que salva

Também precisa de socorro

E como se fosse preciso

Um maio diferente

Um feriado indiferente

Olharmos para dentro de nós

E enxergarmos o outro.