FLANANDO

FLANANDO

Desenhos na parede

Livros na estante

Fotos em porta-retratos

Música aos ouvidos

Passagens de outrora

Passado distante

Saudade tão próxima

Dia e noite de tantas

Estações de climas

Distintos quais os

Sentimentos que afloram

E nunca vão embora

Gravados a quatro letras

Amor

E o espelho neste quarto

Mostra o rosto vivido

Décadas de mudanças

Tantas andanças

Por caminhos tantos

Areias pedras mato

Flores espinhos

Fatos fotos filmes

Solidões solitudes

Posturas atitudes

Marcas em pele

Tatuagens cicatrizes

Na alma que não se acalma

Na vida que ainda pulsa

E na repulsa de morte anunciada

Que não afeta em nada

A vontade de viver

Sem temer a saga que ora se impõe

Mas será vencida

E a porta novamente aberta

Para sair e respirar sem medo

De tudo e todos

Afinal tudo passa

Ficam as lições e o repensar

Para saudar o dia

O sol a lua o mar

O verde a flor a chuva

O frio o calor

E os olhos nos olhos

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/05/2020
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