FLANANDO
FLANANDO
Desenhos na parede
Livros na estante
Fotos em porta-retratos
Música aos ouvidos
Passagens de outrora
Passado distante
Saudade tão próxima
Dia e noite de tantas
Estações de climas
Distintos quais os
Sentimentos que afloram
E nunca vão embora
Gravados a quatro letras
Amor
E o espelho neste quarto
Mostra o rosto vivido
Décadas de mudanças
Tantas andanças
Por caminhos tantos
Areias pedras mato
Flores espinhos
Fatos fotos filmes
Solidões solitudes
Posturas atitudes
Marcas em pele
Tatuagens cicatrizes
Na alma que não se acalma
Na vida que ainda pulsa
E na repulsa de morte anunciada
Que não afeta em nada
A vontade de viver
Sem temer a saga que ora se impõe
Mas será vencida
E a porta novamente aberta
Para sair e respirar sem medo
De tudo e todos
Afinal tudo passa
Ficam as lições e o repensar
Para saudar o dia
O sol a lua o mar
O verde a flor a chuva
O frio o calor
E os olhos nos olhos