SEM SOL
SEM SOL
O sol já não é bola nem belo
É quadrado ou retangular
Vez por outra só réstia
E pouco aquece
Os sons qual luz ofuscam-se
Não há muito a apreciar
Filtra-se o ar
Que apenas parece mais puro
Ledo engano
O que se teme não aparece
Não tem cheiro
Não tem sabor
Apenas amargor
De perda que se espalha
Sombria e solitária
Em gráficos estatísticos
Não de exatas
Mas de humanos
Amontoando-se em números
De contagem macabra
Que parece nunca se acaba
E permanece sem sol