SEM SOL

SEM SOL

O sol já não é bola nem belo

É quadrado ou retangular

Vez por outra só réstia

E pouco aquece

Os sons qual luz ofuscam-se

Não há muito a apreciar

Filtra-se o ar

Que apenas parece mais puro

Ledo engano

O que se teme não aparece

Não tem cheiro

Não tem sabor

Apenas amargor

De perda que se espalha

Sombria e solitária

Em gráficos estatísticos

Não de exatas

Mas de humanos

Amontoando-se em números

De contagem macabra

Que parece nunca se acaba

E permanece sem sol

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 29/04/2020
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