Aventurança
Podemos vender nosso tempo,
mas não podemos comprá-lo de volta.
Fernando Pessoa
A lua iça o manto breu da noite
Hirto o firmamento em sutil degredo
Estrelas bailam lá longeeee: - fugazes
Coração estrábico eriça saudades
Dentro do céu um blasfemar sisudo
Olhos chispando tochas vagantes
Alumiando de soslaio o obtuso vilão
Perene ser em ambígua e sagaz posse
A alma derriça num salto quântico
Energizando servil coragem reclusa
Donde entranhas cálidas quaram ao sol
Depurando vilipendioso nodoso carrasco
Mal há espaço no ébano ermo vazio
Me derramo nas frestas do tempo
Esgueirando solicito desanuviado
Perdido nas façanhas desnutridas
Algemado ao negrume lúgubre
Esmoreço extasiado de procurar
Nos íntimos recônditos o se acolher
E em alusões intensas alar e refletir