Aventurança

Podemos vender nosso tempo,

mas não podemos comprá-lo de volta.

Fernando Pessoa

A lua iça o manto breu da noite

Hirto o firmamento em sutil degredo

Estrelas bailam lá longeeee: - fugazes

Coração estrábico eriça saudades

Dentro do céu um blasfemar sisudo

Olhos chispando tochas vagantes

Alumiando de soslaio o obtuso vilão

Perene ser em ambígua e sagaz posse

A alma derriça num salto quântico

Energizando servil coragem reclusa

Donde entranhas cálidas quaram ao sol

Depurando vilipendioso nodoso carrasco

Mal há espaço no ébano ermo vazio

Me derramo nas frestas do tempo

Esgueirando solicito desanuviado

Perdido nas façanhas desnutridas

Algemado ao negrume lúgubre

Esmoreço extasiado de procurar

Nos íntimos recônditos o se acolher

E em alusões intensas alar e refletir

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 28/04/2020
Reeditado em 03/05/2020
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