O NOVELEIRO
A verdade penteia rabiscos, eu confesso,
me causa espantos.
Te amarrei pelos cabelos e isso me definhou.
Devo embarcar?!
Meu delírio é curto a desvairar toda epigênese,
e em covil de almofadas planejo te torturar, te segurar aqui.
Olho pro chão e me calo. Me sinto um fracasso!!
Vejo o reflexo que o espelho me dá e isso me assusta.
Me questiono se estão todos a agir de monstruosidade.
Eu tenho meus motivos e os digo; Não quero te perder baby!!
Mas tudo era tão blues, e eu queria cinema.
Tipo Bonnie e Clyde, apaixonar-se de forma bandida,
que soasse santo. Amém!! pra que vingue.
Ainda te vejo pelo globo no oco vão que abriga o sentidor.
Larguei a cerimônia de festa, meus ex amigos.
Encontrei no descaso as tintas gastas, e os pincéis de pintar.
Estamos todos a agir de monstruosidade, e eu sei que nesse momento busca formas de enfeitar o fim.
Verá que não existe forma de dizer bonito que tudo acabou.
Me cochicha o ouvido meu até então desconhecido inquilino.
"Já te falei da semelhança dos amores contemporâneos e
uma criança que deseja bolachas? Desejam!!
Assista tua natureza, e termine seu dramaturgo romance ao findar o gozo.
Não existe escambo... fuja garoto!!
É assim que caçamos corações."
dizia o noveleiro.