O NOVELEIRO

A verdade penteia rabiscos, eu confesso,

me causa espantos.

Te amarrei pelos cabelos e isso me definhou.

Devo embarcar?!

Meu delírio é curto a desvairar toda epigênese,

e em covil de almofadas planejo te torturar, te segurar aqui.

Olho pro chão e me calo. Me sinto um fracasso!!

Vejo o reflexo que o espelho me dá e isso me assusta.

Me questiono se estão todos a agir de monstruosidade.

Eu tenho meus motivos e os digo; Não quero te perder baby!!

Mas tudo era tão blues, e eu queria cinema.

Tipo Bonnie e Clyde, apaixonar-se de forma bandida,

que soasse santo. Amém!! pra que vingue.

Ainda te vejo pelo globo no oco vão que abriga o sentidor.

Larguei a cerimônia de festa, meus ex amigos.

Encontrei no descaso as tintas gastas, e os pincéis de pintar.

Estamos todos a agir de monstruosidade, e eu sei que nesse momento busca formas de enfeitar o fim.

Verá que não existe forma de dizer bonito que tudo acabou.

Me cochicha o ouvido meu até então desconhecido inquilino.

"Já te falei da semelhança dos amores contemporâneos e

uma criança que deseja bolachas? Desejam!!

Assista tua natureza, e termine seu dramaturgo romance ao findar o gozo.

Não existe escambo... fuja garoto!!

É assim que caçamos corações."

dizia o noveleiro.

Alisson Oliveira
Enviado por Alisson Oliveira em 28/04/2020
Reeditado em 17/07/2020
Código do texto: T6931409
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