Fim dos tempos

Empresta-me um pouquinho do seu calor

só para aquecer minha alma dilacerada pela solidão ao frio,

buscado nos árticos celestiais de uma pandemia,

de um amor impossível de se viver.

Paralisa minha face de um sorriso escondido

na nicotina de um desejo excomungado por

provérbios alheios à verdade,

a vontade de todos.

Mostra-me a saúde da alma escassas,

no caminho sentido no espírito da procissão,

levando a praga do isolamento no calvário

das cinzas alheias a ciência da solução

da cumplicidade do caramujo ao sair de sua casca.

Tempo de ter coragem, de pedras gritando,

de ranger de dentes;

abandono de um amor inimigo,

morto na fidelidade dos subsolos e catacumbas,

dos corpos incorruptíveis por Deus,

no evangelho ensanguentado,

na fé do julgamento correto e definitivo de todos nós.

TCintra
Enviado por TCintra em 28/04/2020
Reeditado em 28/04/2020
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