Fim dos tempos
Empresta-me um pouquinho do seu calor
só para aquecer minha alma dilacerada pela solidão ao frio,
buscado nos árticos celestiais de uma pandemia,
de um amor impossível de se viver.
Paralisa minha face de um sorriso escondido
na nicotina de um desejo excomungado por
provérbios alheios à verdade,
a vontade de todos.
Mostra-me a saúde da alma escassas,
no caminho sentido no espírito da procissão,
levando a praga do isolamento no calvário
das cinzas alheias a ciência da solução
da cumplicidade do caramujo ao sair de sua casca.
Tempo de ter coragem, de pedras gritando,
de ranger de dentes;
abandono de um amor inimigo,
morto na fidelidade dos subsolos e catacumbas,
dos corpos incorruptíveis por Deus,
no evangelho ensanguentado,
na fé do julgamento correto e definitivo de todos nós.