A lente descomunal
Finita matéria
Densa
Efêmera e ilusória
Que dentro da roda das encarnações, me prendi (me perdi),
E com a compreensão nos espirais do tempo (dentro do templo),
Com a visão te vi
Te saboreei, vivenciei, e só assim, te integrei
E na dança da dualidade me rendi, pois me vi, absorto em ti
E me libertei, ouvindo o canto do ilustre: Bem-te-vi
E hoje, desidentifiquei-me
Desatei os nós que me prendiam a ela
Não por negação
Mas por genuína aceitação
A vi diminuta,
Em comparação com o que realmente encanta
Pois, nessas andanças na existência
Descobri: Que o que vale é o apreço
É o abraço,
É o largo sorriso,
É o laço,
É o despertar de si
Servindo ao ser, para vir a “Ser”
Celebrando a aliança
Como um copo vazio
Pela lente descomunal
Vejo a beleza nua e crua
Sem maquiagens
Desprendido do encanto estético
Sem formas,
O que não têm essência, se torna plástico
E de plástico, já possuo demasiadas plantas ...