A lente descomunal

Finita matéria

Densa

Efêmera e ilusória

Que dentro da roda das encarnações, me prendi (me perdi),

E com a compreensão nos espirais do tempo (dentro do templo),

Com a visão te vi

Te saboreei, vivenciei, e só assim, te integrei

E na dança da dualidade me rendi, pois me vi, absorto em ti

E me libertei, ouvindo o canto do ilustre: Bem-te-vi

E hoje, desidentifiquei-me

Desatei os nós que me prendiam a ela

Não por negação

Mas por genuína aceitação

A vi diminuta,

Em comparação com o que realmente encanta

Pois, nessas andanças na existência

Descobri: Que o que vale é o apreço

É o abraço,

É o largo sorriso,

É o laço,

É o despertar de si

Servindo ao ser, para vir a “Ser”

Celebrando a aliança

Como um copo vazio

Pela lente descomunal

Vejo a beleza nua e crua

Sem maquiagens

Desprendido do encanto estético

Sem formas,

O que não têm essência, se torna plástico

E de plástico, já possuo demasiadas plantas ...

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 28/04/2020
Reeditado em 10/07/2022
Código do texto: T6930960
Classificação de conteúdo: seguro