A luz do poste, a rua vazia

Dói tanto perceber que estou vivo.

Que os postes se mantém acesos, mesmo sem ninguém.

E evidentemente, algumas luzes se apagam,

Queimam, e nunca mais voltam a reacender.

Dói perceber o clique de um interruptor.

As coisas que uma vez já foram iluminadas

Agora

Apagadas

E pouco a pouco

Desaparecendo, eternamente, da memória de sua existência.

O parar de um coração e a mão gélida de um mistério

Que talvez, impensavelmente, irreal.

Que talvez, como um sono sem sonho,

Uma memória que existe sem existir

E as contradições implicadas a está certeza incerta,

Seja, simplesmente, o preço desse diminutivo milésimo da existência.

-Estamos vivos! Estamos vivos!-

O choro implacável que essas palavras acarretam,

Reluz a sua falta de significado

E sentido.

Assim como o verbo estar, remete ao verbo ser

E a grande dor de iluminar, sem saber como,

Sem saber porque.

Petito
Enviado por Petito em 27/04/2020
Código do texto: T6930473
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