A luz do poste, a rua vazia
Dói tanto perceber que estou vivo.
Que os postes se mantém acesos, mesmo sem ninguém.
E evidentemente, algumas luzes se apagam,
Queimam, e nunca mais voltam a reacender.
Dói perceber o clique de um interruptor.
As coisas que uma vez já foram iluminadas
Agora
Apagadas
E pouco a pouco
Desaparecendo, eternamente, da memória de sua existência.
O parar de um coração e a mão gélida de um mistério
Que talvez, impensavelmente, irreal.
Que talvez, como um sono sem sonho,
Uma memória que existe sem existir
E as contradições implicadas a está certeza incerta,
Seja, simplesmente, o preço desse diminutivo milésimo da existência.
-Estamos vivos! Estamos vivos!-
O choro implacável que essas palavras acarretam,
Reluz a sua falta de significado
E sentido.
Assim como o verbo estar, remete ao verbo ser
E a grande dor de iluminar, sem saber como,
Sem saber porque.