Autobiografia da Alma

Sou um devaneio de loucura,

De abandono,

De solidão.

Sou um devaneio de razão,

De pura lógica,

Dedução.

Sou um devaneio do deslanchar

Sobre a água congelada.

Sou loucura para homens,

Sou sanidade para poucos.

Continuo a procura

E a procura não me ver.

Parece injustiça,

Mas quando se muda de cubo,

A verdade aparece.

Posso deduzir,

Entender,

Mas de fato,

Não compreender.

Eu sou tão pequeno

Que até o grão de areia me basta.

Eu olho por de trás da porta

E a porta não me barra.

Eu pareço perdido para muitos,

Mas é porque encontro não existe,

Apenas para poucos,

Os escolhidos

E eu não me dou essa dádiva.

Eu sou pequenez de nome.

Eu sou versos curtos para um coração razo,

Mas profundo para aqueles que querem ver além do vel.

Eu sou tão pequeno

Que até os vermes me fazem companhia.

Eu sou tão pequeno

Que nem minha pequenez consigo mensurar.

Eu sou tão pequeno

Que até o grande me compõe.

Eu sou tão pequeno

Que até o infinito me compõe.

Eu sou infinitamente pequeno

E ao mesmo tempo...

Infinitamente grande.

Criado:14/03/2020

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 26/04/2020
Reeditado em 10/05/2020
Código do texto: T6928756
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