O imaginário
Estou exausto! E despejo neste texto meu desabafo;
Eu sou o imaginário! Mas estou cansado de ser imaginado;
Sou oriundo da mente, consequência dos pensamentos;
Estive em Freud, Lacan, Jung; Newton, Leibniz, Descartes;
Estou em todos os lugares desse mundo, enquanto um pensamento habitá-lo;
Também estive no João, na Claudia, no Clóvis, na Maria, no Ricardo.
Porém minha sina é o esquecimento… vazio e ausente, esquecimento
Todos os que se servem de mim, descartam-me! Me traem;
Pois julgam-me demasiado, louco, insensato;
Não sou nada disso! Sou qualquer coisa menos isso, garanto;
Sou tão somente um produto abstrato desse meio cognato;
Os sãos me culpam pelas loucuras dos alucinados;
Mas os mesmos me acusam em vão! Como eu disse, são todos cognatos;
Loucos de razão. Razão essa, que jaz no imaginário;
Mas sempre clamam por mim, para guiar-los pelo ser observado;
Eu estou cansado… deixar de existir? Talvez fosse melhor;
Melhor do que ser, e não poder ser, sem ser imaginado.