MUDANÇAS

Caminhamos sem pedir passagem

A única constância é o movimento

Enquanto paramos para olhar

Os velhos retratos na gaveta

As coisas se tornam obsoletas

Estrelas se apagam

E democracias tombam

Esse é o ânimo do mundo

Alinhavar o novo em nossa pele

No momento em que dormimos

O tempo tem suas cavidades

E engole antigamentes

Como bebemos água

Nesses hiatos é que evocamos

Aquelas antigas lembranças

“Mas na minha época...”

O homem não tem raça

Cada um é uma época

E delira pelos séculos

A mudança é a fome do sonho.