A CORRUPÇÃO
Francisco de Paula Melo Aguiar
É coisa do outro lado da vida
Enquanto um passa fome
Rói osso e lambe ferida
É sorte ou sina do homem?
A corrupção é sua bandeira
De luta do nascer ao por do sol
De cofre cheio vive a bandalheira
Como traíra que engole anzol.
Tem gente alegre e rico demais
Nada faz e leva vantagem em tudo
Em fração de segundo é milionário sagaz
Sem precisar de trabalho e estudo.
Manipula a todos fazendo festa
Não importa o salão ou terreiro
Sorrir ao vento e nada contesta
É assim que lava o dinheiro.
Na festa se ajeita com os cartéis
Fica alegre, feliz e eloquente
Filósofo dos bacanais e bordéis
Aí ninguém é mais inteligente.
Enquanto isso, quanta miséria?
O mundo vive em convulsões
A Covid-19 é vírus e não bactéria
E a morte é o saldo na conta das ilusões.
Deus dos ricos e dos desgraçados!
Sem fé, esperança e amor...
Quem são os vilões ou culpados?
Dos dias e noites de horror!