DEVANEIOS CATASTRÓFICOS

Cá estamos, meu diário e eu, praticando o que sabemos de melhor que é devanear sobre inúmeros confusos e tolos pensamentos enquanto degusto uma boa xícara de café forte.

Trago não somente café à boca, mas também uma porção generosa de tristeza mergulhada em solidão proposital.

Por qual motivo?

Eu não faço a mínima ideia...

Deitei-me em minha cama acolchoada de mágoas e ressentimento, abri o livro dos meus pensamentos e li acontecimentos que marcaram-me para o eterno poço sombrio no qual me jogo de olhos fechados e mãos atadas.

Quem poderia salvar-me deste tormento se não você, meu amor?

Mas perdi o direito de pedir-te qualquer favor no momento em que larguei meu coração na beira de uma estrada vazia, em plena madrugada de uma noite quente e abafada, mas fazia frio no meu coração...

Se fazia frio, por qual motivo resolvi largar meus agasalhos na rua e mergulhar nu no lago glacial da vida?

Eu não faço a mínima ideia...

É o que uma mente catastrófica faz.

G Silva
Enviado por G Silva em 22/04/2020
Código do texto: T6925702
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