DEVANEIOS CATASTRÓFICOS
Cá estamos, meu diário e eu, praticando o que sabemos de melhor que é devanear sobre inúmeros confusos e tolos pensamentos enquanto degusto uma boa xícara de café forte.
Trago não somente café à boca, mas também uma porção generosa de tristeza mergulhada em solidão proposital.
Por qual motivo?
Eu não faço a mínima ideia...
Deitei-me em minha cama acolchoada de mágoas e ressentimento, abri o livro dos meus pensamentos e li acontecimentos que marcaram-me para o eterno poço sombrio no qual me jogo de olhos fechados e mãos atadas.
Quem poderia salvar-me deste tormento se não você, meu amor?
Mas perdi o direito de pedir-te qualquer favor no momento em que larguei meu coração na beira de uma estrada vazia, em plena madrugada de uma noite quente e abafada, mas fazia frio no meu coração...
Se fazia frio, por qual motivo resolvi largar meus agasalhos na rua e mergulhar nu no lago glacial da vida?
Eu não faço a mínima ideia...
É o que uma mente catastrófica faz.