ARQUITETO DO UNIVERSO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Arquiteto do Universo, quanta miséria?
A Covid-19 matando a humanidade
É coisa de gente grande, não pilhéria.
Depende de Tu, superior Divindade.
Se não bastasse no mundo desgraçado
Onde o desemprego é fábrica de prostituição
É o desenho ideológico aqui executado
Grande é o traçado de desamparo e ação.
O mundo que Tu fizeste com cuidado
E hoje se vê homens de carnes nuas
Máscara do ser invisível, ignorado
Mercado crescente do viver nas ruas.
É o inferno em vida tal sofrimento
Si vê mas não se vê tantas crianças
Abandonadas vivendo de momento
Desnutridas e sem esperanças.
Crianças maltrapilhas sem futuro
Falta tudo: família, carinho e proteção
E ainda vivem de sorriso puro
Sem livro, caderno, lápis e pão.
Nas ruas vivem mulheres
De roupas sujas e descabeladas
Come o que recebe sem talheres
Assim vivem preocupadas...
São seres humanos renegados
Da sorte, esquecidos do poder estatal
São invisíveis e nunca cumprimentados
Partitura humana em carne e osso, sem jogral.