A palavra tem som, inquieta-se em rugidos
mas é só palavra, serva da linguagem
que borbulha pelo tempo e cidades
confundindo a atenção das almas.
A missão é pacificar a palavra...
pois há poema mudos, orfãos de sons
poemas que desdenham a linguagem.
Há poemas sem versos, sem poetas
há poemas não descobertos
que poetizam seu não ser e brilham.
A página sobre a mesa, espaço, éter
ásis onde a palavra quer se fixar
almejando a eternidade do dito...
A eternidade nos enganou, nenhum Éden
não há volta e nem reino, só a alma
que vigia o insondável exausta de certezas.
Como água que nasce em algum lugar
causa primária de todo o depois
o poema encharca a palavra pedra
e enxagua sua concretização.
Amemos este vazio que redime
este não ser nada ante tanto silêncio...
A linguagem foi artimanha do diabo
que na quarentena do deserto
jogou toda filosofia e por certo
perdeu o que lhe restava sob o sol.
mas é só palavra, serva da linguagem
que borbulha pelo tempo e cidades
confundindo a atenção das almas.
A missão é pacificar a palavra...
pois há poema mudos, orfãos de sons
poemas que desdenham a linguagem.
Há poemas sem versos, sem poetas
há poemas não descobertos
que poetizam seu não ser e brilham.
A página sobre a mesa, espaço, éter
ásis onde a palavra quer se fixar
almejando a eternidade do dito...
A eternidade nos enganou, nenhum Éden
não há volta e nem reino, só a alma
que vigia o insondável exausta de certezas.
Como água que nasce em algum lugar
causa primária de todo o depois
o poema encharca a palavra pedra
e enxagua sua concretização.
Amemos este vazio que redime
este não ser nada ante tanto silêncio...
A linguagem foi artimanha do diabo
que na quarentena do deserto
jogou toda filosofia e por certo
perdeu o que lhe restava sob o sol.