QUANDO.

Quando eu for espinho

Entenda meu momento

Mantenha-se à distância

Mas nunca me abandone.

Quando eu for a flor

Despetala-me os desejos

Assopra, devagar, a minha dor

Assombra minha alma

Com poesias de amor.

Quando eu for vontade

Passeia tua língua no meu beijo

Pinta de azul, meu coração

Espanta-me o medo e a razão.

Quando eu for fraqueza

Fertiliza nosso amor

Poliniza esse desamor.

E enquanto gira o sol

No viço perfumado da manhã

Renasço em vida, luz e cor.

Elenice Bastos.