ANDRÔMEDA

Elevo meu cosmos,

Até mais alto de minha existência,

E deparo-me com o mar a se agitar,

Um imenso rochedo a qual vejo o martírio,

Incondicionalmente da jovem descoberta,

Por suas vestes e atada com correntes.

Minha alma se desfalece,

Não consegue desembainhar a espada...

Sim, a espada da justiça,

O cristal impenetrável

E a rosa dos jardins do Éden.

Aproxima-se o mostro contra a humanidade,

Destruindo a bela Etiópia,

Mostrando em seus olhos,

O tempo da maldade.

Embelezada e desprovida de proteção,

Deve-se sentir aterrorizada,

Assim, penso comigo,

Tendo apenas um afastamento,

Que segue longe da mitologia, em vão!

Filha de Cefeu e Cassiopeia,

Doce donzela,

Mostra a face em meio a caos.

Se sua mãe não se vangloriasse,

Pelo pecado do sentimento de si própria,

As nereidas, não se transbordariam de fúria,

Rompendo-se a luz da aurora!

Nem Poseidon, o tridente se levantaria,

Enviando a criatura do mar a guerra (Cetus),

Desejando devorar a mulher,

Na agonia de uma certa espera.

Por onde anda o amor?

Contudo, Perseu a salvou,

Da cabeça de Medusa, a fera em pedra se tornou,

E com ela, então, se casou.

Por fim, a morte chega a todos.

Antes de eu voltar ao mundo não-poético,

Vejo o sorriso de Atena, despontando aos céus,

Sinalizando a Constelação de Andrômeda.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 20/04/2020
Código do texto: T6923499
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