Encomendas
Leve viajante
Leve este meu sorriso
Que já não me faz sentido
Entregue à menina sem juízo
E seja um feliz itinerante
Entregue no fim da rua
Ao menino do cata-vento
Um pouco da brisa que é sua
Ponha a pipa numa nuvem
Mesmo sentindo vertigem
Entregue mistério ao esperador
Ninguém sabe o que ele espera
Não deve ser coisa de amor
Nem algo que ele venera
Pode ser algo que tenha perdido
Cuidado com o que for frágil
Não entregue um quebra cabeça
Por mais que o destinatário seja ágil
Não aguarda encomenda às avessas
Pois perderia todo o sentido
Sobrando espaço no bagageiro
Me faça um favor pessoal
Diga à menina que você só é mensageiro
Mas que uma saudade insistente
Não cabe mais no remetente