Poesias que hão de caducar um dia - Ponto de ônibus

Brilha, estrela, brilha!

Brilha no azul do céu condenado

abraça o espaço/tempo e brilha

nesse agudo gueto urbano desalinhado.

Rasga o vento a face fria

dos sujeitos por hora tornados ilhas

em sinuosas filas aleatoriamente formadas

e organicamente organizadas.

Vagos olhos brilham

vago olhar, vaga... triste

sem referências e sem brilho

pela falta de nexo desse lugar.

Nuvens cinza vagam

num horizonte (azul) disforme

vagam os olhos perdidos

na vastidão deste vazio enorme.