DUETO
Maria..
...O tempo passou ...
E continuo do outro lado
Suspiro quando te ouço
Tenho frio no estômago
e quando brinca
Ainda sonho ...
Ainda espero ...
Ainda imagino
Continuo aqui ...
to outro lado.
Sócrates...
Tudo nesta vida passa,
E estamos sempre de um lado
na mesma vida.
E se suspiras com sua alma,
Ao ouvir a voz de alguém,
A inspiração nos convém.
E se o estômago gela,
o corpo sua,
É sinal de querência,
desejo de ter,
possuir,
amar.
E quando ainda,
Se brinca com as vontades,
Deixa nas extremidades,
O tremor de uma saudade,
Talvez viva, talvez platônica,
Fazendo os sonhos iluminados,
para que se olhe e os veja na escuridão
de um querer escondido.
Ah! Que a espera do amor nunca cansa,
Faz imaginar,
sonhar acordado,
querer infinitamente,
fazendo com que se possa continuar
do outro lado,
em algum lugar
Esperando que os ventos,
tragam de longe,
a fragrância de um bem querer,
e a expectativa de vir,
buscar do outro lado,
aquilo que encantou,
e se deixou encantar,
na mudez de uma alma,
e na surdez de uma vontade!
Certo é que,
haverá sempre a esperança,
de um dia viver o sonho,
tornando realidade
todos os desejos queridos,
e sonhados,
numa noite qualquer,
num sonho qualquer,
num lugar qualquer,
do outro lado.
MARIA
...Agonia ...
como em um fim
Não reconheço ...
tem uma adolescente morando em mim
Olho e encontro uma senhora
Olho nos olhos ela grita por prazer.
Sócrates...
Certo é que a agonia,
é um desassossego da alma,
como uma espera sem fim,
um querer que se conhece
mas ao mesmo tempo
se faz desconhecido.
E na crescência da vida,
a gente mantém vivo,
aquele adolescente
que nos faz sempre querer viver,
E quando a gente olha para dentro,
É possível a gente se encontrar
gritar, gemer, urrar feito um animal no cio,
como resposta da vida
e seus sentimentos inacabados,
e infinitos,
por puro prazer,
ou por puro amor,
do lado de cá
de cada um de nós.
E hoje,
dentro de mim,
encontro uma razão a mais,
para ser e viver,
o que ainda,
me resta de amor e prazer,
Viva também assim,
Maria!