Melancolia LXXIX
O sangue que escorre,
permanece na noite
A dor,
perdura na alma.
Limpo a lâmina da garganta
Retiro, com cuidado,
a voz que pede socorro
Brinco com meus dedos no silêncio
enquanto a alma se esvai
por eles.
Ví um pássaro me olhar
Uma mulher, de asas azuis,
chorava por mim
Eu chorava por ela.
Eu canto quando posso,
enquanto respiro.
Há anjos esperando tua volta
Apenas olhe para o céu
e cante.
Fui domado de dor em dor
Suportando o sangue
que derramei por sentir demais.
As marcas dos passos
permanecem na terra.
Escrevo hoje
para amenizar a dor
Mas só sinto dor.