O plural dos meus fractais

Expurgado

Encarnei-me como uma relva

Onde me flexiono em tudo

E tudo, faz morada em mim

Suporto o infinito

Sem acentuar identidades

Só, habito-me

E a impermanência é a minha melhor dança no fogo

Como uma entropia espontânea

No tempo circular

A ciranda da vida, revela-me

Quem sou eu, sem me ancorar

Em personas

Formas, conteúdos,

Estruturação,

Que não passam de cenários para a desconstrução

E nessas paisagens de exaustão

Os velhos ideais se desmoronam para dar vazão

Ao alinhamento que alarga a alma do ser coletivo

E toca o concreto

Reverberando, na terra e no céu, o real-plural dos meus fractais: Espírito.

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 17/04/2020
Reeditado em 01/02/2022
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