POETAS.

Mais do que fingir

O poeta para si

Tem mania de mentir...

Se sente, não fala

Se sofre, se cala

Se chora, se arma...

Mais do que rimar

O poeta para amar

Põe-se, então, a declamar...

Se dorme, não sonha

Se acorda, a insônia

Se pensa; dor medonha...

Mais do que querer

O poeta sem perceber

Enterra seu benquerer.

Elenice Bastos.