Mutação

Sou constante mutação

Em minhas fases de fêmea

Transmuto-me num ser volúvel

Na inconstância da razão

Na poesia esquiva e efêmera

Sou versos proscritos de dor

Poesia morta no triste ser

Um espinho cravado n'alma

A lira sombria do criador

Não possuo pátria como lar

Criatura arisca por natureza

Tempestiva como ondas do mar

Sou a minha própria casa

O verbo que em mim consome

E de mim toma a existência

Seca-me o fluxo

Ensadeço-me em noite insone

Poeta decadente em tua eminência

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 15/04/2020
Código do texto: T6917499
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