Mutação
Sou constante mutação
Em minhas fases de fêmea
Transmuto-me num ser volúvel
Na inconstância da razão
Na poesia esquiva e efêmera
Sou versos proscritos de dor
Poesia morta no triste ser
Um espinho cravado n'alma
A lira sombria do criador
Não possuo pátria como lar
Criatura arisca por natureza
Tempestiva como ondas do mar
Sou a minha própria casa
O verbo que em mim consome
E de mim toma a existência
Seca-me o fluxo
Ensadeço-me em noite insone
Poeta decadente em tua eminência