Melancolia LXXVI
Que eu caia da cama
se teu nome não perdurar em mim.
O pássaro pousa em minha janela
e me julga como teu silêncio.
Teu olhar sensível
Indago entre meu sorriso
a falta do teu.
Ah, meu beija-flor
Teu partir me dói tanto.
As labaredas que vivo
já me consome a alma.
Tenha pena de mim.
Não faça voltar o amor
que não sente mais por mim,
mas volte..
A parede me rasga a alma
com um olhar que não entendo
Mas há dor, falta do mundo
em um lugar escuro.
Meu jardim precisa do teu pouso
Meu coração precisa do teu.
Eu vago em olhares e
não vejo além de asas
Para baixo, meu olhar
prevê o silêncio que meu voar pode causar.
E tu, que peço ao céu,
não respira o perfume das flores em mim.