Melancolia LXXVI

Que eu caia da cama

se teu nome não perdurar em mim.

O pássaro pousa em minha janela

e me julga como teu silêncio.

Teu olhar sensível

Indago entre meu sorriso

a falta do teu.

Ah, meu beija-flor

Teu partir me dói tanto.

As labaredas que vivo

já me consome a alma.

Tenha pena de mim.

Não faça voltar o amor

que não sente mais por mim,

mas volte..

A parede me rasga a alma

com um olhar que não entendo

Mas há dor, falta do mundo

em um lugar escuro.

Meu jardim precisa do teu pouso

Meu coração precisa do teu.

Eu vago em olhares e

não vejo além de asas

Para baixo, meu olhar

prevê o silêncio que meu voar pode causar.

E tu, que peço ao céu,

não respira o perfume das flores em mim.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 15/04/2020
Código do texto: T6917493
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