AURORA
Não fosse a melancólica aurora
Que me desperta apenas o corpo,
Nada teria para justificar a vida.
Os tempos se vão,
Assim como as mãos.
E morrem as letras
Nas sarjetas da escuridão.
Não se ouvirá mais o violino
Desafiando as notas musicais,
Serão mais altos os meus ais.
Não me lembro se o poema existe,
É uma palavra triste na solidão.
Guardo versos indizíveis
Nas linhas do meu coração.