DIGRESSÕES ALUCINANTES
DIGRESSÕES ALUCINANTES
Tudo era sem limites
Até que o presente foi pausado
Abraços e beijos contaminados
Recuo súbito da trama
Sem faróis de veículos
Canteiros sem obras
Cheio de flores sem pasmo
Andaimes balançam vazios
Janelas cerradas
Corpos ocultos
Só olhares de soslaio
A pedra mármore fria
Guarda corpos e almas
Repletos de histórias
Pedaços de saudade
Esparramam-se pelo chão
Não verei novamente
Outro que serei eu
Com olhos fechados
Imaginando o nada
E o cansaço do nada
É tão grande, mortal
De uma palidez só
Pudera sem sol
E nuvens tantas
Começam a achar tanto faz
Pouco importa
Fecha-se a porta
Para abrir nunca mais
Chave tetra tétrica
Não há mais encontros
Nos achados e perdidos
É perigoso, fatal
Um brinde à morte pessoal
Ao tudo e todos a distância
Um não mais lá fora
Férias forçadas
Dias enforcados
Em altas horas de estagnação
A cabeça servida em baixela
De lua prata
Num ato falho
De um ser que queria ser Deus
E um Deus que diz
Ponha-se no seu lugar
És finito e sempre serás
Verme