A Lua II

E ela quis contemplar a lua, não apenas pela beleza de seu estado...

Ela se despiu totalmente das agonias do dia cheio e se sentou, olhou atentamente, respirou fundo, sabia que era muito mais que beleza, que tudo ali estaria muito mais profundo mas repleto de leveza...

A lua nesta imensa forma trás a tona sentimentos e pensamentos intensos e indomáveis, mostra a necessidade da viagem em si, ressignificar-se...

Pede o olhar sincero e gentil pra dentro, dentro de mim, de você e de nós, ela é muito mais que elemento ela é par quando estamos a sós...

Sempre me encantou a lua e agora mais ainda por saber o quanto ele sacode meu interior, bagunça minha mente, transborda quem eu sou em todos os estados deste corpo feminino e alma despida de dor...

Ela se deitou e ali continuou a contemplar a lua, sentiu como se ela lhe falasse, e falou coisas que que talvez outrora não escutasse...

Falou todas as suas verdades, a tocou com carinho seu corpo em Marte, lhe despertou a ousadia e confessou admirar sua coragem...

Ela ali ficou, nesta troca infinita com a lua, Vênus e tudo que com ela mexia, sentia tão forte aquela força que nem o frio a impediria,

de ficar ali tão perto da lua, agradecendo pela oportunidade, pela troca tão bela e íntima de energia e pelo banho de corpo nu que apenas ela contemplasse... A nudez de alma e de feridas sangradas, a nudez de dores e intensidade ao ser amada, a nudez em Marte sob uma lua cheia e ser Vênus iluminada

A nudez de sentimentos obscuros que a fez pelo amor encantada, a nudez em seu mais belo estado... A nudez da alma.