SEM TEMOR O POEMA...
Eu não temo que o poema numa linha extrema
Exprima suas rimas subversivas, talibãs
Pois, sei que existem temas nas transgênicas maçãs
Como hipócritas frutas sãs pela manhã suprema...
E nem eu temo a poesia capital num lema
De lucros em escorbutos, libertos nos divãs
Pois, sei que ao mesmo final nos levam as frontes cãs
Quando aos caixões acenam à morte em um poema...
Não, não quero que me leiam só poeticamente
E nem dialeticamente o meu poema fale
Eu quero nele a beleza mais feia de um vale
Arrasado com a Vale em lama indiferente...
Mas quero também no tema, borboletas e flores
Os jardins com joaninhas, as abelhas com mel
As Harpias sobre as presas, garras lá do céu
E poesias às janelas declamando amores...
Peregrina lá de cima em nuvens arredias
Enxameie meus poemas como claras falenas
Que reúnem-se à luz, inteligências serenas
Dissolvendo ignorâncias com a lei das poesias...
Eu não quero e quero... Deus! Querer é um tormento
Ó, que venha tudo! Nada venha... E eu seja mudo
Taça ergo a ciência, mas a quem eu saúdo
São os sábios da existência, o tempo e o vento...
Peço tudo e nada peço, aos sábios instrumentos
Dessa vida só espero, o noves fora zero...
Resultados da esperança para ser sincero
Na lembrança eu leve o bem, para o resto esquecimentos...
Autor: André Luiz Pinheiro
08/04/2020