Melancolia LXXIII
Meu pulso mostra a saudade.
É como uma névoa verde
seguindo o lago.
Vejo-te bem, longe de mim.
Escrevo e apenas escrevo.
Pulo linhas que não
amordaçam o sufoco
dos versos.
Tenho feito canções
em segredo com teu sobrenome.
Amanhã não é quinta,
talvez não peço meu túmulo.
Aqui, onde bate o Sol,
peço tua alegria
tão quanto a da Lua.
Teus olhos de mel
Tua coroa ruiva
Um beija-flor que não volta para casa.