SEM ESTRO
SEM ESTRO
Sem estro
Não há estrofe
Não há verso
Tudo é imerso
Afogo-me em mares
No vai e vem de marés
Entre lucidez e loucura
Alma impura
Que cava sua sepultura
Sem pá, sentado na poltrona
Que não traz a alma à tona
E a folha continua branca
Esperando ondas de palavras
Mas elas teimam em não vir
Não existe lavra
Penso em mar
Em amor
Em céu
Mas que inferno
Não é outono
É inverno
Hiberna a rima
Morta de sono