SEM ESTRO

SEM ESTRO

Sem estro

Não há estrofe

Não há verso

Tudo é imerso

Afogo-me em mares

No vai e vem de marés

Entre lucidez e loucura

Alma impura

Que cava sua sepultura

Sem pá, sentado na poltrona

Que não traz a alma à tona

E a folha continua branca

Esperando ondas de palavras

Mas elas teimam em não vir

Não existe lavra

Penso em mar

Em amor

Em céu

Mas que inferno

Não é outono

É inverno

Hiberna a rima

Morta de sono

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 11/04/2020
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