Não tem chave

A porta que abri não foi aberta ao supetão,

nem fui a rua dizer

a fortes pulmões que ela estava assim.

Você bateu.

Eu olhei pelo olho mágico e então te vi.

Abri a janela e conversamos dali.

Eu sorri e me abri.

Você entrou.

Não te puxei, não te forcei.

A porta, apenas abri.

A porta que abri

está apenas encostada.

Pasme, não tem chave.

Não há grades, nem semelhantes.

As janelas são abertas

Todos os dias ao amanhecer.

Se o sorriso que está aqui

não te agradas

Se a canção que vem do quarto

não te envolve

e nem te emocionas,

Ou o cheiro dos temperos

da cozinha já não te dá vontade

de andares lá

por ser todos conhecidos.

Lembre-se: não tem chave.

Pode pela porta passar

Encontrar novo lugar

Só não fique infeliz

Nem tampouco com desdém

em um lar que te quis bem.

Edu Magalhaes
Enviado por Edu Magalhaes em 11/04/2020
Reeditado em 26/09/2020
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