Não tem chave
A porta que abri não foi aberta ao supetão,
nem fui a rua dizer
a fortes pulmões que ela estava assim.
Você bateu.
Eu olhei pelo olho mágico e então te vi.
Abri a janela e conversamos dali.
Eu sorri e me abri.
Você entrou.
Não te puxei, não te forcei.
A porta, apenas abri.
A porta que abri
está apenas encostada.
Pasme, não tem chave.
Não há grades, nem semelhantes.
As janelas são abertas
Todos os dias ao amanhecer.
Se o sorriso que está aqui
não te agradas
Se a canção que vem do quarto
não te envolve
e nem te emocionas,
Ou o cheiro dos temperos
da cozinha já não te dá vontade
de andares lá
por ser todos conhecidos.
Lembre-se: não tem chave.
Pode pela porta passar
Encontrar novo lugar
Só não fique infeliz
Nem tampouco com desdém
em um lar que te quis bem.