Ínfima Esperança

Há ainda um sonho,

Para a branca flor

Imóvel, aberta à espera

De um anjo de asas

cândidas e translúcidas

a suscitar vida.

Este anjo borboleta

sobeja serenidade

se achega,

E pousa esmorecida.

Suas asas semeiam paciência

E num breve momento

Sóbrio e de paz

Acontece a florescência.

Ínfima esperança

no êxtase de um beijo

a mudar o tempo

a suscitar vida.

Anjo borboleta

Carrega a luz

na pequena asa florida.

E a mórbida flor

de cor esmaecida,

Cura-se de toda dor

Sara suas feridas

Para quem sabe, ser

noutro tempo,

uma flor colorida.

Paula Belmino