Farofa de sombras

esse tempo que me vive
corre como cheiro de jardim
no destino das flores
insensato, chama de areia 
os segundos da ampulheta

assemelha-se a tudo
aos móveis, a penumbra no corredor
a antiga cor inexistente do prego na parede
peixinhos vermelhos na grama solta

harmoniza verbalmente
a traição de um espelho
que encomenda outro reflexo
onde restam sombras pardas

(e) uma farofa para matar a sede.



Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 09/04/2020
Código do texto: T6911765
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