E se
E se eu fosse capaz
De amar o que deve ser amado
De buscar o que deve ser buscado
De querer o que deve ser desejado
E se eu tivesse
Um pouco mais de valor
Um pouco mais de amor
Um pouco mais de primor
E se eu visse
As coisas como são
Sem os filtros de um enganoso coração
Alimentado por olhos desprovidos de razão
E se eu soubesse
Que sabia tão pouco
Que o discurso era rouco
Que eu não passava de um louco
Não teria dado tantas voltas
Nestas terras mortas
Não faria um celeiro
Para guardar esterco
Teria buscado desde o início
O que importa, e não o vício
Não viveria para o meu ventre
Mas para aquela eterna semente