O ANJO
Um anjo apareceu na janela
Era o branco das nuvens
Um inverno, e coração
Solidão e nenhum bem
Esse anjo passou rápido
Não quis conversa
Simplesmente desenhou a vida à indiferença
E as trevas de minh'alma
Ao perceber o verde da Folha
Chorei... E muito Queria sonhar
Sonhar com a lembrança do anjo
O tempo é Severo, e a vida cruel
Muitos são um espetáculo público
Tantos são ventos e talvez folhas
Folhas do não acaso ao ocaso
Um destino nos reescreve
A rotina mortal faz morrer
... E a beleza um milagre do amor...
... Silencia achados perdidos
Vem um anjo e acaba com tudo
Um milagre nos revela o oculto
Pois, o segredo é o que vejo de mim
Nas idas de puro Peregrino
No inverno morta Esperança
O risco é gostar da loucura
Dançar no Cosmo íntimo
No fogo que mostra o real ilusório
Caminhamos num deserto
Puxa para o subterrâneo demônios
E na escuridão sem entrega o pobre ego
O medo é trivial
O belo se acaba no ódio e na alegria
Sendo que a verdade pouco é querida
Pode ser na visão do Pecado
E no segredo das intenções escondidas
Mostrando que a saída é um sono
Corremos para ver o Anjo e desmaiamos
Ele disse adeus sem nunca ter se mostrado
Era uma primavera mentirosa
Um verão que não nos adotou
Um outono que abandonou
Um inverno sem sentidos
Uma chuva que secou o orvalho
Irei navegando no amor
Buscarei o brilho da luz que de arroubos não me é!
Ao tempo cantarei sem aplausos
De alegria dormirei ao prazer
Com a felicidade de um anjo
E na fartura de boba criança
Somos brinquedo?
Somos uma vontade que arrasta?
O brilho desse anjo é fantasia
E qualquer arrastar confundi-nos
E é ímpar que brinquedos são esquecidos...
Na alegria do meu "eu" talvez perceba o desconhecido
de portas abertas à me chamar
É o revelar o culto, e de iniciação
Invocando-me a ser, também, um anjo e vapor
Anjo que foi meu "ser" talvez
E passageiro disse poesias
Olhou para a serra e voltou para o Paraíso!
E perdidos sonhavamos
O desejo de sermos especiais
O amor que dariam para nós
E a fama de deuses afamados
Foi só uma lágrima ingrata
Um soluço em solidões
Um dragão e uma fada afã
Somos seres que querem amar
Ao sorriso do anjo de Pecados
E sorte de malditos
Vemos nessa janela o tempo ocioso
Tragando ogros e bonecos de pó
O sol um dia vem?
O amor responde à aqueles que amam guerrear-se
Pegamos a alma de vulgares conceitos
E nos entregamos na sozinha senda de órfãos das
Galáxias...
O tempo nos invoca num momento
E num momento as flores morrem
Morrendo estamos no Jardim do Céu
Pois, um anjo veio à mim
Não sei o seu nome, mas sorriso
Não vai Quimera minha!
Eu quis chorar de tristeza
Eu quis morrer de desgosto
Mas o Anjo de sol num soslaio de paz desse-me:
"Não Temas meu filho você é um Homem" e pobre não
mais foi...
Desesperado acordei . . .
E percebi que segurava o destino que tanto li ao
dormir
E neste acordar aprendi a voar...
... Sem mais nada ou ninguém, apenas com as asas da:
Sabedoria!
À esperança de ser maduro...
Dedicado a: Vídya Helene