SALGADOS TEMPOS
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Ninfa
passou por aí
nestes caminhos ondulados
pelos salgados pecados
executados em sagrados lugares
das nossas paixões dilaceradas
do fogo resultante
da fricção destes corpos
cujas escondidas almas
forjadas na noite quente
embaladas ao som dos caminhos, ó Ninfa.
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Ninfa mania do vício
desta sensação
não sentir o coração
kuduro tocar tum tum tum
olhos penetrantes nas entranhas
estreitas do paraíso
fabril a vida
pra este inferno.
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Ninfa sem vezes ao vento
arte de forjar sentimento
como no aço quente
a arma do cavaleiro negro
destas trevas sem medidas
nos anais dos tempos
que correm nestas veias
de ferro vermelho
do melhor sangue derramado
nestas mãos que calos
não substituem a mansidão
nos dedos excitantes
do mais prazer soberano
desta vida, Ninfa.
Ó Ninfa.
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Ninfa, receba esta coroa
nestes andamentos leoa
aos tropeços formidáveis
vividos por esta pessoa
que perdeu arrogância de viver
Ninfa, a coragem onde está?