Aluguel
Aluguei
um pedaço do tempo
e parei,
pra habitar minha vida.
Pago,
ao meu corpo abrigo
e ligo
pequenos eventos
a amenos
pensamentos,
que a mim,
sugerem sinais
de acolhedor aposento.
Assim
giram coisas banais,
iguais,
no carrossel da mente.
Sete
meus melhores amigos,
e o gosto
que se repete
de estar
a sós comigo.
Da rua,
fortes rumores.
Da nua
louca, os clamores.
Alerta
o pregão dos jornais
que o amor
é o marco zero.
A mais,
tenho nas mãos
um tremor
leve e sincero,
ecoando
em diapasão,
com os sons
do minha ilusão.
Nego
alguma verdade,
chego,
ao assunto do lado
não,
por verdade convicta,
quando,
de leve constato
que,
este corpo alugado
é o meu chão,
meu legado,
meu mato,
minha capoeira,
meu traçado
em linha reta,
estrada,
sem eira ou beira.
Então,
faço a constatação,
rude e assaz concreta
de que possuo a fração
do milésimo da fração
de meus feitos
de mau jeito
e,que estou
dentro do peito
onde, em claridade,
sou
minha propriedade