Adeus Ano Velho,
O tempo corre no espelho
meu corpo é substantivo,
real e subjetivo,
sofisticado e simplório,
entre a fé e o ilusório
coberto de adjetivos
em mim, adeus ano velho.
Como se o ano que passa,
fosse divina sentença
executada na praça,
frase do destino tensa,
escrita na luz de um céu gráfico
repleto de sóis, astros mágicos
estrela querendo ficar
cometa querendo passar.
Passar a olímpica tocha
o musgo novo na rocha
cobrir de cristais as águas
lavar com água dos olhos
todo pesar , toda mágoa
emergir d'um mar de abrolhos .
Nasce uma luz de verão,
perfilando em muitas luzes,
o centro da canção.
Livrai-nos Senhor das cruzes,
seremos de ser, alegria,
queimaremos nostalgias
faremos um samba enredo
sem a memória do medo,
com os tons de pele do povo,
desfilando ... Feliz Ano Novo!