O arquiteto da prisão
Eu decorei minha cela
Dando ênfase às grades
Penumbra à luz de vela
Sobra dos postes da cidade
Saudade é argamassa
Que cola cada bloco
É a vontade devassa
A revelar meu equívoco
Epidemia, guerra e crise
Alçam as muralhas
Prendem-me ao deslize
Entoam assim as falhas
Chamem o carcereiro
Destravem os cadeados
O mundo é livre terreiro
Sem ninguém encarcerado