O arquiteto da prisão

Eu decorei minha cela

Dando ênfase às grades

Penumbra à luz de vela

Sobra dos postes da cidade

Saudade é argamassa

Que cola cada bloco

É a vontade devassa

A revelar meu equívoco

Epidemia, guerra e crise

Alçam as muralhas

Prendem-me ao deslize

Entoam assim as falhas

Chamem o carcereiro

Destravem os cadeados

O mundo é livre terreiro

Sem ninguém encarcerado

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 04/04/2020
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