Deus: a síntese de tudo

"Deus, onde estás ?" Onde encontro-te ?

Quero fitar sua afável fronte.

Onde estás ? O que representas ?

Sei que, em suma, és transcendência...

Amas-me com infinda excelência,

E com sinergia me alimentas!

Dominas o silvo das tormentas;

Dominando-o, minh'alma se alenta,

Cessando às interiores procelas...

Assim, descubro que não é o ouro

-És tu, o eterno e imortal tesouro!

E, não, jóias rubras e amarelas-

És o eflúvio das flores belas,

O cantarolar das aves tagarelas;

O ontem, o hoje e o amanhã;

Do cosmos, o firmamento;

A cicatrização do ferimento

Da clava, da foice e da iatagã!

É o trabalhador e seu penoso afã;

Também, o seu machado e o seu barbacã;

É a grande multidimensionalidade,

A palpitação das multidões,

É a válvula mitral dos corações,

É os páreas da cidade!

É o símbolo fiel da eternidade,

A integração da fraternidade,

O cálculo preciso e o esmo,

O corpo que no universo orbita.

Enfim, descobri onde habitas:

Dentro de mim mesmo.

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 03/04/2020
Reeditado em 04/04/2020
Código do texto: T6905051
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