Deus: a síntese de tudo
"Deus, onde estás ?" Onde encontro-te ?
Quero fitar sua afável fronte.
Onde estás ? O que representas ?
Sei que, em suma, és transcendência...
Amas-me com infinda excelência,
E com sinergia me alimentas!
Dominas o silvo das tormentas;
Dominando-o, minh'alma se alenta,
Cessando às interiores procelas...
Assim, descubro que não é o ouro
-És tu, o eterno e imortal tesouro!
E, não, jóias rubras e amarelas-
És o eflúvio das flores belas,
O cantarolar das aves tagarelas;
O ontem, o hoje e o amanhã;
Do cosmos, o firmamento;
A cicatrização do ferimento
Da clava, da foice e da iatagã!
É o trabalhador e seu penoso afã;
Também, o seu machado e o seu barbacã;
É a grande multidimensionalidade,
A palpitação das multidões,
É a válvula mitral dos corações,
É os páreas da cidade!
É o símbolo fiel da eternidade,
A integração da fraternidade,
O cálculo preciso e o esmo,
O corpo que no universo orbita.
Enfim, descobri onde habitas:
Dentro de mim mesmo.