Samba

O samba nasceu malandro retinto

Menino do morro

Capoeira e vadio

Despojado de qualquer vaidade

Tinha a galhardia de um povo gentil

Carregava consigo as dores e amores,

Lamentos, temores a fio

Cantava nos versos boêmios

As flores e cores de todo o Brasil

Mas em algum momento,

Perdido no tempo

O samba tornou-se de fino feitio

Largou as rodas das esquinas

As belas meninas

Ganhou mais recato

A dança fogosa, os pandeiros ardentes

Viraram lembrança em um velho retrato

O samba agora veste terno e gravata

O malandro não faz mais malandragem

E se antes o problema era atravessar

Agora o problema é não ter mais vendagem

Olha bem...

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 02/04/2020
Código do texto: T6904832
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