Um jardim só de delírios
Ainda ontem gemia um verso
No galho da aroeira
O vento veio firme
E dispersou o sonho
Pequenas pedras cinzentas
Agulham no peito do dia
Meninos de ossos à mostra
Mostram os dentes caídos
Acariciam o pólen dos enigmas
Batendo asas que sangram
Poema após poema
Cisma o poeta em viver
Germinando em sua alma
Um jardim só de delírios