VOU FICAR RAZOÁVEL

Quero dizer , eu a vi nas coisas

escritas com delicadeza de rosas

e lírios caídos de chuva que

envolve o véu sobre o mato

voando pra deixar fugir o tempo

e o vento me humilhar diante

da última frase , qual pergunta

quiz fazer ontem antes do beijo?

Era um beijo tosco e louco

porque pedia um abraço raso

de pessoas estranhas e fanhas

de caso combinado pra ver

um museu ou coisa assim

perto do parque , longe de casa

deserto esquisito , misto de tempo

pra faltar tempo depois na minha

atordoada embotada nula e sem

graça quase perdida de palavras

minha fala.

Difícil, o edifício sombrea teu

vestido um quinto de preto fica

encoberto dançando nas fibras

do caminho que faz a frente

mesmo derrepente quando voltas

a olhar o enfermo febril inferno

pelo corpo minha roupa branca

é um vermelho rubrica de sangue

e as ruas são falsas e cruas

minhas botas surradas estão sujas!

Na descida da rua ela morreu e

foi enterrada dentro de mim

posso cavar um buraco em

qualquer lugar posso tatuar o

nome que mal sei dizer que nome

possa ter quem foi aquela

que fez sobrar destinos e deixar

me faltar ar pra respirar o que dela

vinha se divertir....podia sonhar

mas agora vou ficar razoável.