Ofélia
No braço negro
da árvore morta
Talhei o pavor meu
E o teu nome.
Caravana bruta atravessa:
Escondo-te sob as rochas,
Sob as folhas. Escuta-me.
Guardo-te, brava vida.
Lembro-me.
Nestas pradarias sob mil nomes
morri por carecer de ti.
Vinha a mim, vistoso, o diabo.
O gênio infame do remate vil
Montado no corcel da desgraça
E proclamava:
De ti não posso arrancar o amor,
Espírito cobiçoso. Mas do teu amor
Tiro-lhe a vontade.
Prago-te com apolínea praga —
Da profusão dos teus amores
Receberás fração de miséria
E teu bocado de remorso.
Da progressão das tuas vidas infindas,
Da misericórdia o golo te negarão.
O nome que escondes sob as rochas,
Sob as folhas, sob a terra —
Há de secar e erodir sob o teu Sol,
Perder-se-á para o sereno
E alimentará a erva odiosa.