ALMA DESNUDA
A alma despiu-se do corpo e singrou o espaço...
Trôpega, lambuzou-se nas nuvens químicas,
Repletas de substâncias extraídas da poluição.
Estava embriagada pela fosforescência do céu
E inconscientemente perdida dentre os astros
Que bebiam do álcool, o etílico aroma da solidão.
Circulou sem destino e, nômade, enxergou a Lua
Onde se deitou a fim de que seu brilho extirpasse
O nauseabundo odor que perpetrava na atmosfera
O suculento licor de uma vida mística e apoteótica.
Pondo-se de pé, entendeu que ainda cambaleava.
Deu alguns passos adiante e retrocedeu furiosa,
Pois imaginava ganhar do mundo a sua liberdade,
Entretanto em cada passo que dava se via tonta...
Percebeu que viver é uma cachaça de saudade!
DE Ivan de Oliveira Melo