ALMA DESNUDA

A alma despiu-se do corpo e singrou o espaço...

Trôpega, lambuzou-se nas nuvens químicas,

Repletas de substâncias extraídas da poluição.

Estava embriagada pela fosforescência do céu

E inconscientemente perdida dentre os astros

Que bebiam do álcool, o etílico aroma da solidão.

Circulou sem destino e, nômade, enxergou a Lua

Onde se deitou a fim de que seu brilho extirpasse

O nauseabundo odor que perpetrava na atmosfera

O suculento licor de uma vida mística e apoteótica.

Pondo-se de pé, entendeu que ainda cambaleava.

Deu alguns passos adiante e retrocedeu furiosa,

Pois imaginava ganhar do mundo a sua liberdade,

Entretanto em cada passo que dava se via tonta...

Percebeu que viver é uma cachaça de saudade!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 31/03/2020
Código do texto: T6902856
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