Uma bela tarde

Quantas tardes numa só tarde
Alguma coisa talvez sucede em volta
Uma sombra estreita toca no tempo
O homem sentou-se num chão fraterno
Me ensinava aulas de uma solidão peculiar
Tudo perfeitamente fora de um rigor cronológico
Andei pelos túneis das noites clandestinas
Sob o céu constelado do meu país
Debaixo de alguns lençóis 
Dobrais comigo as esquinas dos esperais
Numa noite há muitas noites
Num tom diferente de como há dias 
E a natureza fecha os ollhos coloridos
Pela folha entreaberta da luz acesa
Debruçada no balcão azul
E eu nunca pensara antes que havia
Quantas tardes numa tarde só
Que os anos não trazen mais



 
Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 30/03/2020
Reeditado em 23/08/2020
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