CIÚME
Eu não sei por onde anda meu louco ciúme,
Quiçá o tempo o tenha ferido e desbotado...
Decerto já não esteja assim tão enamorado,
Ou, ainda, de tão velho tenha virado estrume.
Já não sinto mais seu odor, estranho perfume
Que durante anos por mim foi mui apaixonado
E, muitas vezes, deixou-me no porto ancorado
A esperar que as horas travestissem meu lume.
Seja lá onde estiver, fique de mim bem longe,
Porque em minha vida foi átrio do meu nome
E não me permitia amar a quem eu escolhesse...
É possível que haja perecido na estrada da dor
Visto que era cego e sobrevivia a me contrapor
Diante de qualquer hemisfério do meu interesse!
DE Ivan de Oliveira Melo